Dio Mio! Que semana espera os nobres palestrinos. Após a polêmica derrota do último domingo, nuvens negras, ou melhor, azuis e amarelas, sobrevoam o Palestra Itália. Fantasmas ubaldianos causam pesadelos nas arquibancadas. Boca Juniors, multicampeão sul americano, aparece no caminho do Palmeiras na única semana em que tudo o que o clube precisa é recuperar a paz e a alegria.

Se por um lado a pressão é grande, por outro, nada como um novo desafio para chacoalhar a poeira e recomeçar. Essa parece ser a palavra de ordem pelos lados palestrinos. Mais do que nunca, Palmeiras precisa recuperar a sua identidade futebolística. Aquela que levou o time da Barra Funda a atropelar o Junior de Barranquilla fora de casa. Equipe compacta, sólida, que volta em bloco e sai em contra-ataques fulminantes com Dudu e Willian. Com volantes que chegam para definir. Com Lucas Lima que arma jogadas e laterais que avançam com critério. Com um centroavante inspirado para aproveitar as poucas chances que aparecerão. Com zagueiros atentos aos isolados e perigosos ataques argentinos. E com Jailson sendo simplesmente Jailson.

Boca Juniors virá para não jogar. Não espere argentinos avassaladores. Nem mesmo as vitoriosas formações de início dos anos 2000 se destacavam pelo jogo ofensivo nem por encurralar os adversários dentro da sua área. Muito menos por jogar vistosamente. O DNA do Boca Juniors é em ritmo de Tango. Lento, firme, decidido. Irritar os adversários sempre que necessário (e até mesmo quando não for) e jogar a que não tenha jogo.  Não há grandes figuras na equipe de Barros Schelotto. No máximo, alguns que são o que um dia fora Barros Schelotto. Gago, aquele que jogou as eliminatórias com os ligamentos rompidos, está fora. Benedetto, o artilheiro, também. Sobrou apenas a qualidade de Cardona na bola parada tentando alguma cabeçada salvadora de Ábila ou dos zagueiros.

O Palmeiras precisa buscar as suas raízes. Aquelas, bem italianas. Alegres, festeiras, aguerridas. A Arena Palmeiras não pode virar o coliseu. Na guerra, eles são infinitamente mais competentes. Hoje é na bola. Na alegria da tarantela, das festas de família, da macarronada de domingo. A mesa está posta e haverá quase quarenta mil heróis que não mediram custos (literalmente) para estar do lado do time e tentar tirá-lo do buraco. A tarantela não pode virar tango.

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