As eliminatórias sul-americanas estão na reta final. Entre hoje e terça-feira será disputada a penúltima rodada dupla e restarão apenas dois jogos para sabermos quem serão os representantes do continente na Copa do Mundo Rússia 2018.

Brasil: Passaporte carimbado

Com 33 pontos, já passou pela imigração e está entrando no avião rumo à Rússia. Após um pavoroso início ainda com Dunga no comando, Tite assumiu o comando e a situação mudou radicalmente. Oito vitórias seguidas, incluindo goleadas sobre Argentina e Uruguai e vaga confirmada na Copa. Usará o resto das eliminatórias para definir os convocados para o Mundial. Nas últimas quatro rodadas enfrentará Equador, Colômbia, Bolívia e Chile e não seria surpresa se garantisse mais doze pontos.

Colômbia: Na fila da migração

Com 24 pontos, pode encerrar esta jornada tanto em segundo quanto fora da zona de classificação. Tem uma geração extremamente talentosa, com jogadores de nível internacional como James Rodriguez, Juan Cuadrado e Falcao Garcia, e sabe usar muito bem o fator casa, com o calor e a umidade de Barranquilla, onde não costuma perder pontos. Enfrentará hoje a Venezuela fora de casa, mas não deveria ter problemas para garantir mais três pontos. Na sequência, Brasil em casa e Paraguai fora podem ser pedras importantes no caminho para a Copa do Mundo, e definirá jogando fora de casa contra o Peru, que já estará eliminado. Deve estar na Rússia no ano que vem.

Uruguai: Na fila do check-in

Quinto colocado em todas as edições anteriores das eliminatórias desde que foi instaurado o atual sistema de disputa, a Celeste começou querendo ter vida tranquila nestas eliminatórias, e ficou nas primeiras posições desde o começo desta edição. Contudo, após duas derrotas seguidas nas duas últimas partidas, voltou a fazer contas e tem sua vaga ameaçada. Enfrentará dois rivais diretos (Argentina e Paraguai) e dois que estarão eliminados (Venezuela e Bolívia). Atualmente tem 23 pontos e mais sete garantem os primeiros campeões mundiais na Rússia sem necessidade de repescagem.

Chile: Preso no trânsito rumo ao aeroporto

Após ter sua pontuação mantida pelo TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), está atualmente empatado em pontos com o Uruguai, ficando atrás apenas no saldo de gols. Tem a geração mais vitoriosa (e polêmica) da sua história, com Arturo Vidal como máxima figura. Contudo, tem a tabela mais difícil entre todos aqueles que disputam vagas para a Copa.  Enfrentará o Paraguai em casa, a Bolívia na altitude de La Paz, Equador em Santiago e fecha contra o Brasil fora de casa. É grande candidato à repescagem.

Argentina: Correndo para não perder o vôo

Desde as eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, quando precisou apelar até para Diego Maradona para vencer a Austrália na repescagem, a Argentina não tinha tantas dificuldades para garantir a vaga para a Copa do Mundo. Começou as eliminatórias com Gerardo “Tata” Martino no comando, mas o caos político da AFA (Associação do Futebol Argentino) o levou a pedir demissão. Após um inovador processo seletivo, apostaram em Edgardo Bauza, então treinador do São Paulo, para levar Messi e companhia à Copa. Com um esquema defensivo que jamais foi compreendido pelos jogadores, Bauza não conseguiu resultados e foi demitido após perder com a Bolívia em La Paz. Nesta jornada, e com 22 pontos na tabela, estreará Jorge Sampaoli como treinador, e precisará de nove pontos para não depender de resultados alheios. Enfrentará o Uruguai fora de casa, num jogo dificílimo, depois terá Venezuela e Peru e fechará contra o Equador fora de casa, num jogo que pode ser confronto direto pela vaga.

Equador: Esqueci do passaporte em casa, e agora?

Começou as eliminatórias na liderança, mas foi perdendo o fôlego e atualmente ocupa a 6ª posição, dois pontos atrás da Argentina (5º colocado).  Tem na altitude de Quito um forte aliado, mas precisa somar pontos fora de casa para ainda sonhar com a vaga na Rússia e terá jogos complicados mesmo dentro de casa. Enfrentará o Brasil em Porto Alegre, depois receberá o Peru, viajará ao Chile e fechará contra a Argentina em casa. Não deve classificar de forma direta e tem na repescagem seu objetivo mais realista.

Peru: Passagem para a Rússia? Melhor uma boa TV…

Com 18 pontos, precisará vencer todos os seus jogos se quiser sonhar com uma vaga na Copa do Mundo. Mesmo para garantir a 5ª colocação e o direito de jogar a repescagem, precisará de pelo menos dez pontos. E a tabela não é amigável: Bolívia (em casa), Equador (Quito), e Argentina (Buenos Aires) e Colômbia (Lima).  Tem três confrontos diretos, mas com uma equipe tecnicamente mais fraca não deve ter chances de ir à Rússia.

Paraguai: Foi num baile em Assunção…

Empatado em pontos com o Peru, jogará contra Chile fora de casa, Uruguai em Assunção, Colômbia fora de casa e Venezuela em casa. Se ganhar os três primeiros jogos terá alguma possibilidade de conseguir a vaga na repescagem na última rodada, mas a tendência é que a seleção paraguaia só vá à Rússia caso seja convidada para algum amistoso de preparação para a Copa.

Bolívia: Melhor não falar de passaporte

Com apenas dez pontos, já não tem mais chances de sonhar com a Copa do Mundo. Nem mesmo os 3600 metros de altitude do estádio Hernando Siles de La Paz foram capazes de fazer com que a equipe boliviana disputasse a vaga na Rússia 2018. Além da  péssima atuação em campo, perdeu seis pontos por escalar o zagueiro Nelson Cabrera de forma irregular (problemas no processo de naturalização). Já está pensando em 2022.

Venezuela: Copa? Só se for as linhas aéreas para fazer compras no Panamá (e até essa está difícil)

Voltou às origens. Após esboçar uma reação em competições internacionais (inclusive sendo vice-campeão mundial sub 20 em 2017), a Venezuela voltou a ocupar a tradicional lanterna. Fez uma eliminatória muito ruim, com apenas uma vitória em 14 jogos disputados.  Nunca se firmou em campo e desfilou pelos campos da América do Sul sem assustar ninguém.

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