Após a saída da Unimed como patrocinadora master, em 2014, após 15 anos da parceria que resultaram em vários títulos e um período vencedor na história do clube, o Fluminense foi obrigado a mudar a característica do time e as ações dentro do mercado da bola. Sem o aporte financeiro da empresa de planos de saúde para ajudar a bancar o salário de jogadores renomados, o clube carioca foi obrigado a se desfazer de alguns de seus principais jogadores. Jean foi para o Palmeiras, Cícero para o São Paulo e Fred, a maior perda, para o Atlético Mineiro.

Após sofrer com resultados ruins dentro de campo e trocas constantes de técnicos em 2015 e 2016, parece que em 2017 o Fluminense finalmente se acertou e achou um novo caminho para o clube após o fim da parceria com a Unimed.

No lugar de jogadores caros com salários bancados pela antiga patrocinadora (Romário, Deco, Fred, entre outros…), reforços baratos, que custam pouco ou podem ser emprestados por outras equipes. Foi assim com  os equatorianos Orejuela e Sornoza, destaques na Libertadores de 2016 pelo vice-campeão Independiente del Valle, Henrique Dourado, que estava jogando no futebol português e Lucas, lateral sem espaço no elenco e que foi emprestado pelo Palmeiras.

Além disso, a base passou a ser olhada com mais carinho dentro do clube. Jogadores formados em Xerém hoje são escalados com frequência. Destaque para o volante Douglas e o atacante Pedro, além de Gustavo Scarpa, principal revelação do clube nos últimos tempos e considerado pela crítica  candidato a ser um dos principais jogadores do Brasil nos próximos anos. Além de compor o elenco, os jogadores da base são uma importante fonte de receita para o Flu, já que as vendas das principais revelações rendem dinheiro ao clube. Foi assim nas negociações recentes de Gérson, com a Roma, e Kenedy, com o Chelsea.

Por fim, em 2017 o Fluminense achou o técnico certo. Abel Braga retornou ao comando do Tricolor Carioca após passagem pelo Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos. Campeão brasileiro em 2012 no clube, Abel é experiente, conhece o ambiente e vem demonstrando estar antenado e atualizado com o futebol atual, apesar de já ser um treinador considerado “da velha guarda”.

Em campo, armou um Fluminense ofensivo desde o início da temporada, com posse de bola e que busca o gol a todo instante, tendo um time jovem e rápido a disposição. Começou a temporada no esquema tático 4-1-4-1 e mudou para o esquema 4-3-3 após a lesão de Gustavo Scarpa.

O início de ano do Fluminense é animador. Ontem venceu  o Liverpool do Uruguai por 2 a 0, no Maracanã, na estreia da Copa Sul-Americana, levando uma boa vantagem para o jogo de volta na casa do adversário. Além de começar bem a competição internacional, o Tricolor das Laranjeiras conquistou a Taça Guanabara, está classificado para as semifinais da Taça Rio (enfrenta o Botafogo) e também para as semifinais do Campeonato Carioca, cujo adversário é o Vasco.

O bom desempenho e o elenco atual que o Fluminense tem a disposição ainda não devem ser suficientes para disputar o título do Brasileirão com times como Palmeiras, Flamengo, Atletico Mineiro e Cruzeiro, mas com certeza o clube carioca não brigará na parte de baixo da tabela e, se mantiver o ritmo atual e evoluir mais ainda, pode ser um candidato ao G-6 e à vaga na Libertadores.

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