Na fria tarde paulistana, o Morumbi foi lugar de um jogo gelado de um São Paulo tão vazio de ideias quanto as arquibancadas de torcedores. O primeiro tempo teria sido algo para se esquecer se não fosse a qualidade de Cueva, que completou para o gol a única jogada que prestou feita pelo Tricolor. O São Paulo não conseguiu criar uma única oportunidade de gol nos primeiros 40 minutos de jogo. Bruno e Buffarini erraram tudo o que podiam e não podiam, principalmente o que não podiam, como se isso surpreendesse.

O Ituano ora marcava sob pressão, ora recuava suas linhas para ter o contra-ataque e ocupava as lacunas deixadas nos imensos espaços deixados entre as linhas de um São Paulo descompactado, estranho, cansado. Como também não é lá essas coisas e fazia questão de mostrar a cada lance por que tem o pior ataque do campeonato, o time de Itu não conseguiu fazer muita coisa de notável também.

Somente aos 42 é que aconteceu o primeiro lance digno de nota por parte do São Paulo: justamente o gol de Cueva, o que evidenciou a “Cuevadependência” que o peruano, obviamente, refutou durante a semana (mas existe sim).

No segundo tempo, Rogério se cansou de Buffarini e Douglas, entrando Junior Tavares e improvisando Jucilei na zaga. Ainda assim, o Ituano era superior no jogo e chegou naturalmente ao gol, com Wellington Simião, que já deveria ter saído no primeiro tempo (ele mesmo andou desperdiçando hipóteses de fazer gosto ao pé). O São Paulo não criava e, além disso, tinha um meio de campo marcando mal, armando menos ainda, dando espaço ao Ituano e não dando proteção a uma defesa que era um constante terror em campo. Só quando Wellington Nem entrou no lugar de Cícero as coisas fluíram melhor na frente, mas atrás ainda espaços existiam e Renan Ribeiro era o único que não só se salvava, como salvou o próprio São Paulo.

Renan Ribeiro: salvou a pele do São Paulo e fez mais que todos os outros goleiros juntos desde o ano passado, inclusive ele mesmo.  Nota 8
Bruno: bisonho em campo. Levou um baile de Peri e só não foi uma tragédia completa porque deu o passe para o gol de Cueva. Nota 5
Douglas: seus reservas deveriam repensar a carreira. Nota 4,5 (João Schmidt: dizem que foi visto entrando em campo. Nota 5)
Breno: sofreu com Douglas. Sofreu com Jucilei. Sofreu com ele mesmo. Nota 5,5
Buffarini: se na direita já é ruim, imaginem na esquerda. Horroroso. Forçou o terceiro amarelo, mas não se sabe se é bom negócio. Nota 3 (Junior Tavares: era impossível piorar o setor em que estava Buffarini. Quase conseguiu. Nota 4,5)
Jucilei: já fez partidas melhores. Não me lembro, mas me disseram que sim. Nota 5.
Thiago Mendes: não marcou, não armou, não fez nada. Nota 4,5
Cícero: só viram que entrou quando saiu. Nota 4,5 (Welington Nem: Wellington nem precisou se esforçar para ser o melhor da linha do São Paulo. Nota 6,5) Meu trocadilho sobre o Wellington Nem: Nota 8
Luiz Araújo: jogou? Nota 5,5
Lucas Pratto: lutou, correu e só saiu gol quando ele percebeu que a bola não ia chegar nunca, então foi buscá-la no meio. Colocou uma bola na trave. Nota 6,5
Cueva: seu gol salvou um primeiro tempo xexelento. Mas foi só isso também. Nota 6

Rogério Ceni: armou o time com três atacantes, mas o meio de campo não existiu, o que transformou o ataque em lenda também. Só quando percebeu que o Cícero estava em campo e fez com que todos vissem também quando o substituiu por Wellington Nem, é que criou alguma coisa. Ainda assim, deixou a defesa mais exposta que a plataforma de campanha da Cicciolina para o parlamento italiano (se não sabem quem é, joguem no google. Vale a pena). Nota 5

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 1 X 1 ITUANO
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 18 de março de 2017, sábado, às 16 horas (de Brasília)
Arbitragem: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral, auxiliado por Alex Ang Ribeiro e Mauro André de Freitas
Cartão Amarelo: Buffarini, Douglas, Cueva e Breno (São Paulo); Peri (Ituano)
Cueva, aos 42 minutos do 1º tempo (São Paulo), eWellington Simião, aos 16 minutos do 2º tempo (Ituano)
SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Bruno, Breno, Douglas (João Schmidt) e Buffarini (Junior Tavares); Jucilei, Thiago Mendes e Cícero (Wellington Nem); Cueva, Luiz Araújo e Lucas Pratto
Técnico: Rogério Ceni
ITUANO: Fábio; Arnaldo, Naylhor, Lima e Peri; Walfrido, Igor, Marcelinho (Rodrigo Celeste) e Claudinho (Bassani); Simião (Dener) e Morato
Técnico: Roque Júnior

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