Mais uma emocionante temporada da Premier League chegou ao fim no último final de semana. Com surpresas, obviedades, jogos fantásticos, gols bonitos, shows em campo e de transmissão do campeonato mais assistido do mundo! E o blog “Box to Box” não poderia deixar passar a oportunidade de fazer um “review”da temporada 2016/2017 do campeonato inglês, analisando a trajetória de cada time que jogou a Premier League no ano que se passou.  Quais eram as expectativas? Como realmente foi? Você confere agora, no Globo Repórter Linha Esportiva.

Chelsea

Expectativa: Brigar pelo título

Realidade: Campeão

Após uma decepcionante temporada em 2015/2016, ficando de fora das competições europeias, o Chelsea contratou Antonio Conte, Marcos Alonso, Kanté e “repatriou” David Luiz, voltando a ser um dos fortes candidatos ao título inglês. Após um início conturbado, o treinador italiano fez improvisações que deram muito certo, arrumou a casa e foi um dos principais responsáveis pela irretocável campanha de campeão dos Blues. Um título inCONTEstável, como escrevemos aqui no blog.

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Tottenham

Expectativa: Vaga na Champions League

Realidade: Brigou pelo título

Maurício Pocchetino faz um trabalho fenomenal à frente do Tottenham. O time teve o melhor ataque e a melhor defesa da Premier League, além do artilheiro do campeonato, Harry Kane, e apenas perdeu o título por ter um Chelsea avassalador à sua frente. O poderio ofensivo dos Spurs foi incrível com Eriksen, Son, Dele Alli e Kane, além da sólida defesa composta por Walker, Alderweireld e Vertonghen, especialmente. O Tottenham ainda conseguiu acabar com a “zoeira” do Arsenal e terminar na frente do grande rival de Londres após 21 anos. O time precisa, agora, parar de vacilar nas competições europeias, após acumular fracassos nesta temporada, quando caiu na primeira fase da Champions e foi eliminado pelo Genk, em casa, na Europa League. Superar a ausência do White Hart Lane e acostumar-se a jogar em Wembley será fundamental para o Tottenham na próxima temporada.

Manchester City

Expectativa: Brigar pelo título

Realidade: Vaga na Champions League

Pep Guardiola chegou, reformulou o elenco, contratou jogadores caríssimos, mandou Hart passear e… decepcionou. Pela primeira vez em sua carreira, o treinador espanhol termina uma temporada sem títulos, em um ano no qual o City mais desapontou seus torcedores do que os orgulhou. Com uma defesa muito frágil, o lado azul de Manchester acumulou atuações pouco convincentes na Premier League, seguidas de eliminações nas Copas domésticas e queda na Champions League para o Monaco, fazendo a temporada dos citizens ser bem abaixo das expectativas. A classificação à Champions League ainda fez Pep respirar no cargo, mas o mesmo admitiu que este foi um ano ruim para ele e o time que comanda. Aguardemos 2017/2018.

Liverpool

Expectativa: Brigar por vaga na Champions League

Realidade: Vaga na Champions League (fase preliminar)

Os reds foram além das expectativas nessa temporada, ao menos na Premier League. Os comandados de Jürgen Klopp fizeram bonito contra os principais rivais e tiveram o melhor aproveitamento do campeonato contra os seis primeiros colocados. O problema foi o pífio desempenho contra equipes na parte de baixo da tabela. Empate em casa contra o Sunderland, derrotas para Burnley, Swansea e Hull City, além de um mês de janeiro terrível, com a ausência de Mané e Lallana, foram os principais motivos para o Liverpool ainda ter que brigar pela vaga à Champions até a última rodada (também fizemos texto sobre o assunto). Mas com um investimento pesado para a próxima temporada, um treinador enérgico no comando e um time cada vez mais encaixado, o Liverpool parece estar voltando aos tempos de glória. A temporada que vem será crucial para essa reconstrução e para o trabalho do treinador alemão nos reds.

Leia mais: O BIPOLAR E “ROBIN HOOD” LIVERPOOL DE 2016/2017

Arsenal

Expectativa: Brigar pelo título

Realidade: Vaga na Europa League

Parece que chegou ao fim a “era Arsène Wenger” no comando do Arsenal. Mais uma temporada decepcionante, com outra eliminação vexatória para a coleção dos Gunners na Champions League (10-2 no agregado contra o Bayern). A cereja no bolo, no entanto, foi a não classificação para a Champions League após 20 anos, coisa que nunca havia acontecido sob o comando do técnico francês. O Arsenal ainda tem uma final de FA Cup (ou Copa da Inglaterra) para dar aos seus torcedores um pouco de orgulho nessa temporada, mas a impressão que fica é a de que o tempo de Wenger no comando do futebol dos Gunners acabou.

Manchester United

Expectativa: Brigar pelo título

Realidade: Nem vaga na Europa League (via campeonato inglês)

Mourinho como técnico. Pogba, maior contratação da última janela de transferências, Ibrahimovic, Bailly e Mkhitaryan chegando. Todo mundo esperava um Manchester United fortíssimo na temporada do futebol inglês e… terminamos vendo Fellaini de titular, mais uma vez. Isso resume o quão decepcionante foi ver os Red Devils jogando a Premier League em 2016/2017, mesmo na sequência de 22 jogos sem perder. Pouco brilho ofensivo, jogos decididos na bola aérea e um pragmatismo de doer os olhos, ainda mais para uma equipe que possuía tanta qualidade do meio pra frente. Entretanto, o time conquistou a Europa League frente ao Ajax nesta quarta-feira, no jogo que salvou a temporada do Manchester United. Um título importante e inédito para o clube e uma classificação direta à Champions League fazem o torcedor pouco lembrar da frustrante campanha da equipe no campeonato inglês.

Minha cara ao ver o United jogando a Premier League nessa temporada.

Everton

Expectativa: Brigar por vaga em competições europeias

Realidade: Sétimo lugar

Com Lukaku em brilhante temporada, o Everton não fez feio nesta Premier League. Ronald Koeman deu padrão de jogo à sua equipe, que conseguiu fazer frente aos gigantes em algumas partidas, além de vencer sem dificuldades os pequenos. Uma temporada confortável da equipe de Liverpool, que sonha com vôos mais altos para 2017/2018. Ficou em sétimo lugar, sete pontos atrás do “Big Six”, mas impressionantes 15 pontos à frente do oitavo colocado, Southampton. Os toffees podem comemorar.

Southampton

Expectativa: Beliscar uma vaga em competições europeias

Realidade: Parte de cima da tabela

Os Saints tiveram uma temporada difícil, após as saídas de Pellé e Mané do clube. Eliminação em casa na primeira fase da Europa League (mesmo tendo vencido a Inter de Milão, também no St. Mary’s) e pouco poder de fogo contra os grandes, comparado as temporadas anteriores, fizeram os fãs do Southampton terem uma pontinha de decepção. Mas nada para se preocupar, para uma equipe que deseja, em primeiro lugar, estabelecer-se na primeira divisão sem sustos. Destaque para a consistente temporada do zagueiro holandês Virgil Van Dijk, que deve ser pretendido por diversas equipes na próxima janela de transferências.

Leicester City

Expectativa: Parte de cima da tabela

Realidade: Parte de cima da tabela

O início de temporada do então campeão inglês foi desesperador. Derrota atrás de derrota na Premier League e o fantasma do rebaixamento voltando a assombrar a equipe, após a heroica manutenção do Leicester na primeira divisão há duas temporadas. Mas Claudio Ranieri foi demitido, Craig Shakespeare assumiu e, como mágica, o time voltou a vencer e encantar. Eliminou o forte Sevilla na Champions League, antes de cair de pé para o poderoso Atlético de Madrid e acumulou resultados positivos no campeonato inglês. Saldo positivo na temporada para os Foxes, sabendo que o conto de fadas que atravessaram nesses dois últimos anos, chegou ao fim.

West Bromwich

Expectativa: Fugir do rebaixamento

Realidade: Meio de tabela

Com uma equipe fraca, o treinador Tony Pulis, aquele que implementou o lateral na área muito antes do “Cucabol”, conseguiu um resultado expressivo, ao fazer do West Brom um time muito aguerrido, consistente defensivamente e terminar fugindo do rebaixamento sem sustos, na 10ª colocação. Uma posição alta para as pretensões da equipe e mais uma temporada na primeira divisão garantida para os Baggies. Vocês me desculpem, mas Tony Pulis é um gênio.

Bournemouth

Expectativa: Fugir do rebaixamento sem sustos

Realidade: Meio de tabela

Mais uma vez com baixo investimento, o Bournemouth conseguiu fazer uma bela campanha na Premier League. Apresentando um futebol ofensivo e bonito de ver assistir, os comandados de Eddie Howe ainda protagonizaram a virada mais emocionante da competição, ao bater o Liverpool por 4 a 3, após estar perdendo por 3 a 1. Para a alegria de quem gosta de jogos emocionantes, os Cherries estarão presentes mais uma vez na temporada 2017/2018 da Premier League. Este último ano tamém serviu para Eddie Howe se consolidar como o treinador mais promissor da Inglaterra.

West Ham

Expectativa: Brigar por vaga em competições europeias

Realidade: Parte de baixo da tabela

Se na temporada passada o West Ham encantou, chegou à Europa League e contou com um Payet brilhante, em 2016/2017, tudo mudou. O time foi eliminado na fase preliminar da Liga Europa pelo romeno Astra Giurgiu e ficou boa parte do campeonato inglês ameaçado pela zona de rebaixamento. Payet abandonou o barco no meio da temporada e foi para o Olympique de Marselha e, aparentemente, o clima dos Hammers deu uma melhorada, ao menos o suficiente para fazer o time fugir do Z-3. Agora, Slaven Bilic tem a difícil missão de fazer jogadores e torcida acostumarem com a saída do Upton Park. Nesta temporada, o West Ham pareceu jogar fora de casa mesmo quando a partida era no Estádio Olímpico. Tempos difíceis?

Stoke City

Expectativa: Parte de cima da tabela

Realidade: Parte de baixo da tabela

Com um ataque comandado por Arnautovic, Shaqiri e Walters (substituído por Crouch ou Diouf), você espera mais de uma equipe do que apenas a 13ª colocação, não é? Mark Hughes não conseguiu repetir o sucesso da temporada passada, quando os Potters terminaram em nono lugar, na frente, inclusive, do atual campeão Chelsea. No entanto, a torcida do Stoke continua empolgada pela sequência de temporadas no topo do futebol inglês, com o time desde 2007/2008 disputando a primeira divisão.

Crystal Palace

Expectativa: Meio de tabela

Realidade: Parte de baixo da tabela

O Palace passou a primeira metade da temporada assombrado pelo rebaixamento, o que culminou na saída do técnico Alan Pardew, que vinha de bons trabalhos em anos anteriores. A decisão de contratar Sam Allardyce em dezembro, logo após os escândalos que fizeram “Big Sam” ser demitido da Seleção Inglesa (entenda o caso), parecia afundar o time de Londres ainda mais, mas não foi o que aconteceu. O experiente treinador ajudou na reconstrução da equipe e o Palace acumulou resultados positivos para afugentar o perigo da Championship. Mamadou Sakho, zagueiro emprestado pelo Liverpool em janeiro, foi fundamental para essa recuperação e, mesmo tendo jogado menos da metade dos jogos dos Eagles na Premier League, foi escolhido pelos torcedores como o melhor jogador do Crystal Palace na temporada. Com o anúncio da saída de Allardyce e Sakho sem destino definido para a próxima temporada, o futuro do Palace parece sobrio.

Swansea City

Expectativa: Meio de tabela

Realidade: Parte de baixo da tabela

O começo de temporada do Swansea foi tenebroso. Mesmo com bons jogadores no elenco, o time falhou em conquistar bons resultados no início de temporada e o então treinador Francesco Guidolin foi demitido. Bob Bradley entrou em seu lugar e ficou só 85 dias no cargo, conquistando apenas duas vitórias em 11 partidas. A queda era iminente para a equipe do País de Gales, até a chegada de Paul Clement. Na sua segunda partida, o Swansea bateu o Liverpool no Anfield e ganhou confiança para a grande fuga. A 15ª colocação e os 7 pontos de distância para o Z-3 não refletem a dificuldade que foi a temporada dos Swans. O ótimo islandês Gilfy Sigurdsson foi o grande destaque da equipe e um dos maiores responsáveis pela manutenção do Swansea na Premier League.

Gylfi Sigurdsson: o craque da Premier League dos “mortais”

Burnley

Expectativa: Fugir do rebaixamento

Realidade: Escapou do rebaixamento

Com um elenco de Championship jogando a Premier League, o Burnley mais uma vez conseguiu a proeza de se manter na primeira divisão do futebol inglês. A confiança no técnico Sam Dyche, a força da equipe no estádio turf Moor e um time com muita força física fizeram os Clarets escaparem do Z-3 por mais um ano. Destaque para o zagueiro Michael Keane e para o goleiro Tom Heaton, responsáveis por boa parte da manutenção dos pontos da equipe. Porém, já temos um forte candidato para o rebaixamento na temporada que vem…

Watford

Expectativa: Meio de tabela

Realidade: Fuga do rebaixamento por apenas uma colocação

O Watford fez uma temporada mediana, sem muitos sustos. pouco para quem tanto contratou na janela de transferências de inverno (nove jogadores chegaram no Vicarage Road) e trouxe até Niang na janela de verão. O final de temporada, porém, foi tão vergonhoso, com derrotas seguidas e goleadas sofridas para Tottenham e Manchester City, que o técnico Walter Mazzari foi demitido. Começando do zero, a temporada 2017/2018 dos Hornets não parece promissora.

Hull City

Expectativa: Queda vexatória para a Championship

Realidade: Caiu com dignidade

Três dias antes da Premier League começar, o Hull City tinha apenas treze jogadores no elenco e um técnico interino. Entende o motivo da expectativa colocada acima? Pois então… Mas o time foi além do que se esperava e fez jogos duros no campeonato. As contratações de última hora foram bem e a chegada do técnico português Marco Silva fez com que os torcedores dos Tigers ainda tivessem esperança de ficar na Premier League. Em vão. Ao final, o 18° lugar ainda foi honroso, para uma equipe que foi montada às pressas e que vive um momento muito turbulento internamente, com seu dono tentando vender o time o mais rápido possível (entenda o caso)

Middlesbrough

Expectativa: Fugir do rebaixamento

Realidade: Voltou à Championship

Aitor Karanka fez um ótimo trabalho de reconstrução no Boro, levando o time à Premier League após sete temporadas na segunda divisão. Porém, não aguentou a pressão do nível mais alto do futebol inglês e, mesmo com contratações badaladas como Negredo, Viktor Fischer, Victor Valdés e Gastón Ramirez, a ex-equipe de Doriva e Juninho Paulista acabou rebaixada. Karanka, inclusive, nem aguentou o fim da temporada e acabou demitido em março, quando a situação do Boro já era muito complicada. Steve Agnew entrou em seu lugar e pouco fez de diferente. O Boro volta à Championship com uma temporada decepcionante na bagagem e com o pior ataque da Premier League 2016/2017.

Sunderland

Expectativa: Dessa vez cai!

Realidade: Caiu mesmo!

Se na temporada passada o Newcastle caiu depois de tanto tentar, 2016/2017 foi a temporada do Sunderland “conquistar” a mesma proeza. Os Black Cats flertaram com o rebaixamento todo ano desde a temporada 2012/2013. finalmente conseguiram, e de maneira vergonhosa. O time não esboçou reação nenhuma durante todo o campeonato e caiu com honras para a Championship. David Moyes abandonou o barco, Jermain Defoe não vai ficar no clube e o futuro do Sunderland parece ser a segunda divisão por alguns anos. A averiguar.

Os recém-chegados

Na temporada 2017/2018, a Premier League terá Newcastle, de volta após uma temporada na segunda divisão, e o Brighton and Hove, que jogará o primeiro nível do futebol inglês após 34 anos. Reading e Huddersfield Town se enfrentam no “playoff dos milhões” na próxima segunda-feira, no Estádio de Wembley, para definir a terceira e última vaga para o Campeonato Inglês da temporada que vem.

Que os próximos meses passem rápido. Sentiremos sua falta, Premier League! Até o dia 12 de agosto!

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