Todo grande nome de algum esporte chega ao status de gênio por possuir um talento descomunal, uma habilidade extra classe, uma competência improvável, um treinamento exaustivo e FOME. O sentido literal é biológico e incontestável, mas o entendimento aqui é figurado. Um eufemismo invertido de vontade, de gana. O desejo de vencer é o maior combustível do sucesso. A serenidade travestida em tesão. Serena Williams é a prosopopéia dessa crônica.

22 vezes, uma quantidade bem maior do que nós, seres humanos do tipo padrão, jogamos dominó num final de tarde frio, é o tanto de vezes que a tenista número 1 do ranking da WTA levantou um trofeuzinho de grand slam em um almoço de domingo em Londres, Paris, Sidney ou Nova York. Porque? Porque nós temos fome de lasanha e frango assado, ela tem fome de metal fundido banhando a ouro e rabiscado com letras a dizerem: “CAMPEÃO”

Serena tem semblante de indiferença e predestinação, parece olhar adiante e ver o sucesso, como se fosse uma pessoa conhecida e muito intima. Mas esconde a velocidade voraz que seu coração funciona a cada vez que tem diante de si um adversário que ousa interpelar seu contato tão próprio com a vitória. Não cede chances, não hesita, não (quase) falha. Um gênio.

Nesse dia 9 de Julho, Serena tomará o chá das 5 ao lado do seu vigésimo segundo título, com sua taça de Wimbledon nos braços, com o recorde igualado ao de Steffi Graf, com 34 anos de puro talento e glória. Com uma capacidade física e mental invejáveis, sabe-se que não restará um recorde à mesa enquanto serenamente ela for devorando todos eles, sem qualquer indigestão. Saúde, Serena!

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