por João Vitor Cordeiro

Depois da tentativa fracassada de implementar o “Halo”, um dispositivo de segurança em formato de Y colocado à frente do cockpit, a Federação Internacional do Automobilismo resolveu adotar em seus testes um novo dispositivo de segurança para a categoria automobilística mais popular do planeta: o “Shield” (escudo, em português).

Oriundo dos nativos americanos pré-colombianos, resistente às balas de arcabuz – antiga arma de fogo – e flechadas, o escudo surgiu como uma ferramenta defensiva capaz de proteger dos golpes inimigos em uma guerra, salvando vidas nas batalhas.

Na guerra automobilística da Formula 1, o artefato será usado de uma maneira um pouco diferente. Enquanto antigamente era usado para proteção em guerras, atualmente, servirá para a proteção do cockpit, aumentando a proteção dos pilotos. Com isso, o equipamento foi desenvolvido pela FIA, a fim de evitar que novos acidentes fatais como os de Jules Bianchi (F1) e Justin Wilson (Indy), em 2015, não ocorram mais.

Com a pretensão de adotar definitivamente o Shield em 2018, a peça em policarbonato que visa resguardar os pilotos sem prejudicar a visão foi colocada à prova neste final de semana nos treinos do GP da Inglaterra, em Silverstone.

O líder do campeonato mundial, Sebastian Vettel, foi o primeiro a testar a mais moderna evolução do novo composto de anteparo integrado em sua Ferrari. O tetra campeão disse que a intenção de usufruir o escudo foi mais para avaliações temporárias, porém, sentiu-se incomodado e após uma volta pediu para retirar o dispositivo. “Eu usei pela manhã e me deu um pouco de tontura. A visão dianteira não é muito boa. Acho que é por causa da curvatura, o que dá um pouco de distorção. Além disso, ele faz o capacete puxar um pouco para frente nas retas”, e também disse: “Havíamos planejado usar um pouco mais, mas não gostei, então tiramos”.

Em contrapartida, o alemão não crê que o escudo será um obstáculo para a saída dos pilotos em seus carros, sendo uma questão de costume. O suíço Romain Grosjean também falou sobre o Shield, dizendo que não precisam de nada disso e que é contra, pois segundo Grosjean, ”não é a Formula ”.

Apesar das negativas diante deste primeiro teste, o know-how em relação ao escudo foi válido e seguirá futuramente sendo incluído nos treinos do GP da Itália em setembro.

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