O improvável existe no futebol e prova isso deste o início do ano. Taxado de 4ª força paulista, surpreendentemente, o Corinthians levou o caneco do estadual. O imprevisível, entretanto, não deixou de atacar e se consolida como uma espécie de sinônimo para trabalho sério e comprometimento. É isso que faz o Timão estar com uma vantagem astronômica à frente da tabela do nacional.

Nem mesmo o corintiano mais fanático imaginava uma temporada assim. Time era contestado e o técnico não era o favorito da diretoria (e nem da torcida). Foi preciso arriscar.

Sem recursos para investir, o jeito foi contar com a sorte. Ou melhor: contar com a vontade e o empenho de quem quis trabalhar no Corinthians.

É claro que nem tudo são flores. Ninguém esperava uma eliminação dentro de casa para um time de Série B. Era o Internacional, mas o sentimento que ficou é de que dava para passar. O jeito foi continuar trabalhando sério.

Deu certo. Vem dando certo. Tem tudo para continuar acertando.

Em suas coletivas Carille não esconde a surpresa pelo desempenho da equipe. Humilde, não deixa de dizer que se orgulha pelo time obedecer em campo o que é trabalhado durante a semana. Isso seria uma obrigação de todo clube, é claro. Mas só é respeitado em elencos que deixam a vaidade de lado e tratam todo jogo como uma batalha.

Jô não foi ontem o Rei dos Clássicos. Foi o Rei do Empenho. Voltou para marcar durante a pressão do Palmeiras para não deixar que os inúmeros atacantes alviverdes conseguissem passar a consistente defesa corintiana.

Guilherme (Allianz) Arana se consolida como o melhor lateral esquerdo em atividade no futebol brasileiro. Fecha bem os espaços e sabe aparecer à frente no momento certo (além das incontáveis canetas que aplica durante os jogos). Foi dele o gol que deu números finais ao super clássico.

Além de Jô e Arana, Gabriel, Maycon, Pablo e (sim) Romero também merecem destaque. Isso sem falar da muralha chamada Cássio. Ele, talvez, seja o reflexo da reconstrução corintiana. De questionado no ano passado, voltou a ser o titular incontestável e difícil de ser vazado de outrora.

É difícil imaginar uma queda de rendimento do Corinthians no Brasileiro. Faltam ainda 25 rodadas. Dá tempo de muita coisa acontecer. Mas é improvável.

Competência do Timão. Incompetência dos rivais.

Resta agora seguir o vice-líder, porque o líder está com vantagem em pontos, em vontade, em compromisso e, principalmente, em futebol.

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