Hélio Rubens chorou. Hélio Rubens é um dinossauro do basquetebol brasileiro e mundial. Um homem que representa o país dentro e fora das quadras. Um nome de garbo, elegância e emoção. Hélio estava na transmissão do SporTV para Brasil v Espanha, válido pelo segundo jogo das Olimpíadas, no Rio.

Diante de um jogo absolutamente épico, uma peleja que está guardada no coração de qualquer amante de basquete, de qualquer brasileiro ou mesmo qualquer pessoa que seja minimamente capaz de sentir a emoção no coração alheio. A seleção vinha de uma dolorida derrota no embate de estréia, vinha de uma frustração de não desentalar o grito de uma vitória. E os fantasmas que são tão maiores.

Antes de chegarmos aqui as questões do jogo, vamos preconizar as bases que levaram lágrimas aos olhos de Hélio. Há apenas 8 temporadas, o Brasil voltou a ter um campeonato de basquete. A confederação do esporte no Brasil é fonte de questionamentos jurídicos. A seleção foi parcialmente abandonada, foi renegada por seus melhores nomes. Não havia uma transmissão em televisão aberta para uma partida de basquete. Os ídolos, só os que jogaram há dez anos atrás. Talvez, Hélio tenha visto intimamente o final melancólico do esporte que o fez. Talvez não. O basquete reviveu.

Revive aos poucos, com uma liga firmada, com times fortes, com certo investimento, com jogadores cujo currículo tem a NBA, tem grandes potenciais europeias. Jogos mostrados ao vivo para o país, na maior rede de televisão do país. Muito por conta de Hélio e seu trabalho dentro e ao lado da quadra. De seu filho e da geração dele. Do jogo de hoje.

Magnano e seus comandados bateram a campeã da Europa, campeã “dos mortais” nas Olimpíadas passada. Bateram dentro de um ginásio abarrotado, com jogadores dando muito além do que podem. Dando sentimento em cada bola. Dando um tapinha na última bola que teimava em não cair. Dando uma secada na posse final dos adversários. Dando graças aos céus que o jogo acabou. Dando um abraço em toda essa energia positiva. Um abraço em Hélio.

Minutos após o final heroico, Roby Porto, o narrador, e Hélio foram às lágrimas. Não tinham condições de falar. Renato, comentarista, conduziu as coisas até que ambos tentassem, sem sucesso, controlarem suas sensações. Mas porque deveriam? Não deveriam, não. Foram anos com o grito entalado, com o receio do fim. Hoje, foi o grito de libertação, o choro da esperança. Não sabemos o final desse causo tão lindo, mas que o começo foi uma ode, não tenha dúvida.

Ah, e Hélio, eu, e todos os brasileiros, dividimos esse choro com você. Roby, sua emoção foi algo de lindo. Não é à toa que esse site tem o slogan: esporte é paixão.

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