Imagine um campeonato de seleções no Brasil, sem ser a Copa do Mundo, com Neymar no Brasil, Ibrahimovic na Suécia, Messi na Argentina, Cristiano Ronaldo em Portugal, Thomas Müller na Alemanha e James Rodrigues na Colômbia. Essa possibilidade poderia existir nas Olimpíadas, já que essas seleções estão classificadas. Entretanto, a situação que veremos quando a bola rolar a partir do dia 04 de agosto será bem diferente.

O Brasil é a única seleção favorita que vai com a força máxima. Dos três jogadores convocados acima de 23 anos permitidos um deles é Neymar, principal atleta da seleção principal e craque do Barcelona. Os outros jogadores convocados fazem parte da seleção principal ou são jovens protagonistas em seus clubes e desfalcarão suas equipes durante a disputa do Campeonato Brasileiro, como o goleiro Fernando Prass e o atacante Gabriel, no Palmeiras, o volante Thiago Maia, o lateral Zeca e o atacante Gabigol, no Santos. Alguns atletas também perderão o início da temporada europeia, como o zagueiro Marquinhos, do Paris Saint-Germain, da França.

Enquanto a seleção brasileira vai competir no Rio de Janeiro com o que tem de melhor, o mesmo não acontecerá com os principais rivais candidatos à medalha de ouro. O desinteresse dos atletas pelas Olimpíadas, que não tem o mesmo peso e representatividade para jogadores de futebol quando comparado a outras modalidades, o término da Eurocopa próximo à data de início dos Jogos Olímpicos e a regra que não obriga os clubes a liberarem seus jogadores para as Olimpíadas impossibilitaram a vinda de craques e bons jogadores jovens, fazendo com que as seleções sofressem para montar a lista de convocados e recorressem a atletas desconhecidos do grande público que acompanha o futebol internacional.

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Seleção olímpica treina na Granja Comary em preparação para as Olimpíadas (Foto: Reprodução/Facebook oficial da CBF)

A Argentina queria trazer o talentoso atacante Paulo Dybala, mas a Juventus vetou. A aposta para conseguir o ouro será nos atacantes Correa e Vietto, ambos do Atlético de Madrid, além do ex-são paulino Calleri. Portugal tinha na pré-lista jogadores campeões da Euro, como Renato Sanches, João Mario e William Carvalho. Entretanto, nenhum deles conseguiu a liberação de seus clubes e um time de desconhecidos virá representar os lusos no Brasil. A Alemanha poderia trazer os jovens talentosos Kimmich e Sané, mas também optou por coadjuvantes e terá apenas um jogador que participou da Copa de 2014, o zagueiro Ginter, que era reserva. Já Ibrahimovic, que estava na pré-lista da Suécia, se aposentou da seleção após a Eurocopa.

Por estar completa, jogando no Brasil e os principais adversários enfraquecidos, a seleção brasileira desponta como favorita para a medalha de ouro antes dos Jogos Olímpicos começar. Claro que existem outros fatores a se considerar: a seleção brasileira convocada nunca jogou junta e dependerá de um bom rendimento nos treinamentos e jogos para adquirir entrosamento, confiança e apresentar um bom futebol. Além disso, outras seleções que não são consideradas favoritas podem surpreender e conseguir bons resultados, como o México, medalhista de ouro há quatro anos em Londres e a Nigéria, que eliminou o Brasil nas semifinais, em 1996.

Entretanto, é impossível negar que o Brasil tem em muito tempo o cenário mais favorável para conseguir a tão sonhada medalha de ouro no futebol masculino em Olimpíadas. Se conseguirem, os jogadores entrarão para a história e ganharão prestígio em seus clubes e na seleção principal. Por outro lado, a derrota será uma mancha eterna no currículo de uma geração jovem e talentosa do futebol brasileiro.

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