“Tenho andado distraído, impaciente, indeciso.” Vocês também, a gente sabe como é, mesmo não sabendo exatamente o que é. Quase sem querer, realmente indisposto, estamos aqui, a postos esperando que comece mais um Campeonato Brasileiro. Ansiosos, como de hábito, mas reticente sobre se foi Tempo Perdido ou paixão mal resolvida.

“Temos todo o tempo do mundo”, sim. Pra começar mais uma vez com a obstinação típica de quem é e é o único a ser nove vezes o dono desta taça. “O que foi prometido” em 2016 serviu, foi a oferenda e trouxe a prenda. “Ninguém prometeu” em 2018 e nem deve, está subentendido o valor dessa jornada. Ainda é cedo para se ter certeza de quais finais viveremos em meses, mas é certeza e é preciso que assim seja, que o clube do cofre se reinvente e retorne a nós, que “fale a língua dos homens” de verde.

Vivemos uma época de Faroeste Cabloco dentro das alamedas alviverdes. Torcedores que desejam comprar ingressos para ver vitórias e somente vitórias, uma geração muito mais vã do que a Coca-Cola, de Renato. É um clube que tem tudo e parece sentir falta de quase tudo, um João de Santo Cristo que resolve desafiar o mundo, mas que se descola de suas estruturas mais básicas, mais simples. “Então, me abraça forte e diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo”. Distante de mim, Palmeiras.

Hoje, recomeça. É mais uma chance. É como Legião emocionou milhares, dizendo: “Quantas chances desperdicei, quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém.” Não precisa mesmo, ninguém tem nada a ver com a família, mas nós temos contigo. Essa relação abalada de hoje tem cura. Paixão que não se mede, mas que se repete em cada pontapé que recomece em nossa vida.

O exercício da fé é um presente que o esporte passa de pai para filho, todo dia, todo dia. Pai alviverde, filho Palmeiras. Você culpa seu pai por tudo, mas ele te deu essa herança gigante. Te ensinou que torcer é a melhor pior parte da vida. E por mais que um título escape à uma mão, um jogo, à outra, nunca deixe que digam a vocês dois que “(…) não vale a pena acreditar no sonho que se tem ou que seus planos nunca vão dar certo”.

O Sol, as vitórias e a glória, sempre vem!

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