“Estou extremamente desapontado em anunciar que não poderei representar a Suíça nos Jogos Olímpicos do Rio e que não jogarei mais nessa temporada. Tomei a difícil de decisão de terminar a temporada de 2016 já que preciso de um tratamento intenso na cura da minha cirurgia no joelho. Os médicos me disseram que, se eu quero voltar a competir sem lesões nos próximos anos, como é meu desejo, tenho de dar ao meu joelho e ao meu corpo o tempo necessário para uma recuperação completa.”

Essas foram as palavras que Federer postou em suas redes sociais para anunciar seu abandono das competições em 2016. A decisão vem ao encontro das suspeitas que haviam no mundo do tênis sobre as condições do ex-número 1 do mundo para jogar. A última partida do Suíço foi a semi final do torneio de Wimbledon, na derrota para Raonic. E é nesse jogo que talvez tenha sido o agravamento de sua contusão. Prestes a vencer o duelo, o King sofreu uma queda um tanto brusca e, desde então, perdeu aquela peleja e talvez perca, de vez, a condição de seguir jogando. E é esse o temor e o tema deste texto: Roger Federer pode ter dado adeus.

Obviamente, Roger e sua comissão técnica e medica negam qualquer possibilidade de abandono da carreira e de fato não acreditamos nisso como uma escolha deles, mas, clinicamente, as coisas geram desconfiança. O joelho machucado vem de Fevereiro, quando ele foi submetido a uma operação grave, que o tirou do torneios preparatórios até Wimbledon e talvez o tirasse do grand slam também, não fosse o provável desejo dele de disputá-lo, talvez além do que pudesse.

É muito conhecida a intimidade de Federer com Wimbledon e com os torneios na grama, sempre foi o terreno em que ele fez glórias, onde foi o maior campeão, mais vezes campeão. Quase imbatível. Quase porque seu corpo não o permitia ser mais intocável, ainda que tecnicamente ele siga inabalavelmente perfeito. Essa tradição e confiança o levaram a competir, e como competiu! Passou pelos jogos com quem passa por jogos de férias, contra amigos muito mais fracos. Era fácil, mas o corpo o cobrou a realidade e a derrota veio na quadra e na clínica.

Agora, Roger está fora. Não será mais visto nas quadras este ano. Ficam todas as dúvidas sobre seu futuro, afinal, o maior campeão de todos os tempos, o dono da maior quantidade de recordes no tênis que o mundo já viu terá de lutar para recuperar seu corpo, mas acima de tudo, de lutar contra sua própria condição ultra confortável ao ponto de seguir abdicando de prazeres para nos dar o prazer de vê-lo jogar. Será que ele quer? Será que ele voltará? Não temos como saber, as questões não são solucionáveis a curto prazo. O que resta? Desejar que ele retorne, afinal, o maior de todos os tempos é sempre o maior de todos os tempos.

Volte, King!

Comentários

comentário