Por João Rafael Venâncio

Em nome do Linha Esportiva (ao que me cabe, ao menos) venho pedir desculpas à instituição Real Madrid Clúb de Fútbol.

Desculpas, primeiramente, porque esta postagem está no ar apenas agora.

Desculpas porque, ao invés de exaltarmos tua vitória, exaltamos a derrota do Atlético.

Desculpas porque se fosse qualquer outro time (sim, Barcelona! Beleza?), com certeza, teríamos dado o destaque necessário e talvez até exagerado.

Desculpas por não ter respeitado e ter duvidado de sua grandeza no momento mais adverso da competição. Quando perdeu para o Wolfsburg, vários duvidaram. Mas a camisa branca madridista é tão simbólica quanto a bandeira da paz. São 14 finais de Champions League e 11 títulos. Temos que respeitar.

Desculpas pelos que falam de “injustiça”. Alegam: “Se futebol fosse justo, com certeza o Real Madrid não bateria o Atlético”. Caro amigo: se futebol fosse realmente justo, o Atlético nem na final chegaria. E, com certeza, não ocorreria a injustiça com  Griezmann. Grande jogador da equipe colchonera, que errou um pênalti que poderia mudar o rumo da partida.

Desculpas por duvidar do seu maior artilheiro; craque e uma das grandes lendas-vivas do clube. Cristiano Ronaldo pode não ter sido fator determinante na final e na semifinal, mas fez 16 gols em uma edição de Champions. E, no momento de mais dificuldade da equipe, teve uma noite mágica e levou seu clube aos quatro melhores da Europa.

CR7: Ele não foi bem na final, mas decidiu em jogos importantes.

Desculpas por sempre ser o preterido da Espanha. Mas entendo isto, porque se ser grande já é difícil, o gigantismo deve incomodar ainda mais.

A temporada do Real Madrid não teve tanto confete quanto a de outros times da Europa, mas fez uma reta final impecável. Jogou como time grande que é. Quando a responsabilidade chamou, abriu a porta de maneira voraz e se deu o direito de ser vencedor.

Colocamos em xeque um goleiro que ficou mais de 500 minutos (558) sem sofrer um único gol no torneio interclubes de maior importância do mundo, sendo vazado apenas nas quartas de final. Desculpas, Keylor Navas. O costarriquenho quase foi chutado do clube para uma vinda de De Gea, que só não deu certo devido ao encerramento da janela. Jogador latino, de um país sem expressão no futebol, Navas não tinha a grife do Real Madrid. A imprensa sabia disto e, de certa forma, Navas também. O goleiro fez uma temporada estupenda pelos merengues e tem seu nome eternizado na história da UEFA Champions League, como o primeiro jogador da Costa Rica a faturar o torneio.

Não há outro sentimento, por minha parte, a não ser este. Zidane uniu a equipe, deu consistência e mostra que, na linha lateral, será tão agradável quanto foi no campo. Quem queria ver a história sendo escrita no sábado, não deve e nem pode ter se arrependido do que viu.

real-madrid-champions-2805

Comentários

comentário