O golfe é um esporte bastante elitizado, e isso faz com que seus atletas tenham mais dificuldade para se tornarem figuras públicas. Mas há uma exceção à regra: o fenômeno americano Tiger Woods. Trata-se, disparado, da maior lenda desse esporte, com um currículo invejável, que inclui 14 títulos de majors¸ os torneios mais importantes do circuito mundial de golfe, sendo o 2º jogador na história do esporte com mais títulos conquistados nesse nível.

Mas a fama e o dinheiro, decorrentes do sucesso nos greens, levaram Woods a entrar não apenas nas manchetes esportivas, mas também das colunas sociais e policiais. Nesta semana, um novo escândalo marcou a trajetória do golfista, após ter sido preso dirigindo sobre suposto efeito de álcool ou drogas. O atleta nega, alegando ter tido “uma reação inesperada a medicamentos controlados indicados pelo seu médico”, conforme declaração feita à filial da NBC Miami, uma das maiores dos Estados Unidos. Desde 2009, porém, o golfista tem sido mais notado pelos eventos extracampo do que pelas tacadas de mestre. A lista inclui múltiplas acusações de infidelidade conjugal, um divórcio milionário que virou assunto nacional e acidentes de carro sob efeito de álcool. Os sucessivos escândalos levaram Woods a uma abrupta queda de rendimento e alguns períodos sabáticos alternados com pífios resultados esportivos, que também foram efeito de contusões nas costas, muito características do golfe.

Não são incomuns os casos de atletas que se veem envolvidos em problemas pessoais que destroem as respectivas carreiras. Geralmente provenientes de famílias com pouca estrutura financeira e emocional, atletas de ponta costumam se deslumbrar com fama e dinheiro, e tomam decisões que acabam não apenas com as vidas pessoais como com promissoras carreiras esportivas. Gastos descontrolados, romances descompromissados, envolvimento com álcool e drogas, exposição exagerada, falta de autocontrole e autocrítica levaram atletas considerados acima da média a quedas vertiginosas. Maradona foi um dos maiores craques do futebol, mas seu talento foi derrotado pelas drogas. Sócrates, destaque do futebol brasileiro da década de 80, perdeu a batalha para o álcool e faleceu ainda novo. Giba, destaque da melhor geração do vôlei brasileiro, teve problemas com tanto conjugais quanto com maconha e precisou se afastar do esporte por um tempo. A carreira do Adriano, que prometia ser de sucesso, parou nas amizades, festas, álcool e drogas do Rio de Janeiro. Michel Phelps foi a exceção à regra, conseguindo se recuperar de escândalos envolvendo drogas e conquistando medalhas olímpicas no Rio de Janeiro. Veremos se Tiger Woods consegue dar a volta por cima ou sua carreira terá literalmente ido pelo buraco.

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