O Atlético Mineiro é uma decepção neste ano de 2017. Apesar do título mineiro em cima do arquirrival Cruzeiro, o Galo faz campanha decepcionante no Brasileirão, longe da briga pelo título (ocupa o 13º lugar) e foi eliminado ontem nas quartas de final da Copa do Brasil após derrota por 3 a 0 para o Botafogo. Para salvar o ano resta apenas a Libertadores, na qual o time está em desvantagem contra o Jorge Wilstermann após a derrota por 1 a 0 no jogo de ida na Bolívia.

O momento ruim do Atlético, com futebol fraco tanto em resultado como em desempenho, “coroa” os erros de planejamento da direção mineira comandada pelo presidente Daniel Nepomuceno desde 2015, quando assumiu a presidência em substituição a Alexandre Kalil, que levou o Galo às glórias mais recentes com as conquistas da Libertadores em 2013 e da Copa do Brasil em 2014.

Com dinheiro em caixa, o Atlético Mineiro já vem há alguns anos apostando em jogadores renomados e caros, mas veteranos, como Ronaldinho Gaúcho, Fred, Robinho e Elias, além de já ter no elenco nomes experientes como Victor e Leonardo Silva. Em 2017, a média de idade do elenco é próxima dos 30 anos e, com a reformulação do calendário e a Libertadores estendida até o fim do ano, jogadores experientes tiveram que ser poupados em alguns jogos para as partidas mais decisivas. Além disso, “feras” como Fred e Robinho vem rendendo abaixo do ano passado.

O que faltou no início deste ano foi uma reformulação do elenco e a contratação de atletas mais jovens para uma temporada mais desgastante com o novo calendário. Com a necessidade tardia de poupar os veteranos e rejuvenescer a equipe, o Galo trouxe alguns atletas da base durante o ano, como o zagueiro Bremer, e contratou atletas mais jovens que estavam em baixa em outros clubes: Valdívia (que veio do Internacional) e Marlone (vindo do Corinthians).

Além da montagem do elenco, outro problema do Galo nos últimos anos tem sido a troca constante de treinador, com estilos de jogo completamente opostos, o que obriga os atletas a estarem sempre se adequando a diferentes modelos de treinamento e formas de jogar. Foram quatro técnicos demitidos desde que Daniel Nepomuceno assumiu a presidência, em janeiro de 2015 (Levir Culpi, Diego Aguirre, Marcelo Oliveira e Roger Machado). Paciência com resultados ruins não é o ponto forte do presidente Nepomuceno. Rogério Micale é o quinto técnico da atual gestão e uma aposta de risco para o atual momento do time.

Com grande experiência no futebol de base, Micale já foi técnico da própria base do Atlético, campeão da Copa São Paulo de Juniores pelo Figueirense e tem como maior êxito na carreira a medalha de ouro olímpica nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. O Galo é sua primeira experiência no futebol profissional em um grande time na Série A do Campeonato Brasileiro.

O trabalho de Micale será tentar reverter a desvantagem na Libertadores e avançar o mais longe possível, além de iniciar uma recuperação no Brasileirão visando o G6 e uma vaga na competição continental de 2018. Paralelamente, o novo treinador terá o desafio de iniciar uma reformulação para o ano que vem, com o aproveitamento de jogadores da base e a contratação de atletas mais jovens para rejuvenescer e tornar o Galo mais forte e competitivo. Resta saber se Micale terá o aval, o tempo e a paciência da direção para concretizar esses objetivos e fazer o Atlético Mineiro retomar o caminho das grandes conquistas.

 

 

Comentários

comentário