O Grêmio é uma das maiores, se não a maior decepção do Campeonato Brasileiro de 2016. De postulante ao título, o Tricolor Gaúcho caiu muito de rendimento e após 26 rodadas é o décimo primeiro colocado, com 37 pontos e a oito do G4. Quem acabou pagando o pato foi o técnico Roger Machado, demitido após apanhar de 3 a 0 para a Ponte Preta em Campinas.

A solução encontrada pela diretoria para tentar tirar o Grêmio da crise foi trazer de volta Renato Gaúcho como técnico. O ídolo gremista, ex-jogador do clube na década de 80 e campeão da Libertadores, teve bons momentos como treinador em 2007 e 2008, quando ganhou a Copa do Brasil e foi vice-campeão da Libertadores pelo Fluminense. Depois dirigiu ainda o próprio Grêmio, Bahia e Atlético Paranaense, mas sem sucesso. Estava parado desde 2014. Além de Renato chegam ao clube como coordenador técnico Valdir Espinosa, técnico campeão do Mundial Interclubes de 1983, e como vice-presidente de futebol Adalberto Preis, que foi dirigente do clube na vitoriosa década de 80.

Essas contratações do presidente Romildo Bolzan Júnior para o Grêmio são mais uma prova de quão amadora e ultrapassada é a gestão dos clubes de futebol no Brasil. Trazer de volta dois profissionais que tiveram sucesso na década de 80, sendo que o técnico está há dois anos parado e não mostrou nenhuma preocupação em se atualizar com o que de mais moderno acontece no futebol, para se aperfeiçoar quando voltasse a trabalhar.

Dirigentes brasileiros ainda agem por interesses políticos e tomam decisões baseadas na emoção. Possuem o passado como referência, sem analisar o momento atual desses profissionais, que outrora foram ídolos e bem sucedidos, e pecam por não avaliar quais pessoas seriam as mais indicadas para a função, por viverem um momento profissional melhor e/ou estarem alcançando melhores resultados no momento atual. As contratações de Falcão e agora de Renato Gaúcho para técnicos de Internacional e Grêmio, respectivamente, são as últimas provas de que a maior parte dos dirigentes dos clubes de futebol no Brasil, definitivamente, não entende nada de futebol.

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