Pep Guardiola é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores técnicos de futebol da história. Obcecado pela vitória e inquieto a todo instante, o catalão está sempre preocupado em neutralizar os pontos fortes do adversário através de observações, reuniões e muito estudo, não exitando em mudar radicalmente o time quando achar necessário para determinada partida, como descrito nos livros “Guardiola Confidencial” e “A Evolução” na época de Bayern de Munique, em confrontos decisivos de Liga dos Campeões que acabaram resultando eliminação.

Para os duelos dessa temporada no comando do Manchester City, contra o Liverpool, o treinador resolveu ousar mais uma vez. Na partida de ida, trocou o tradicional 4-3-3 que vinha usando desde o início da Premier League, com Sané e Sterling abertos pelos lados, por um meio de campo mais preenchido com Gundoghan e Fernandinho para ter superioridade numérica e controlar o jogo com posse de bola.

O que se viu no jogo, entretanto, foi um Liverpool muito intenso e marcando agressivamente no campo de ataque para recuperar a bola e sair no contra ataque. Três gols em 31 minutos  e vitória por 3 a 0 do time de Jurgen Klopp, treinador cujo estilo de jogo mais traz dificuldades para as equipes de Guardiola desde os tempos de Alemanha- o alemão leva a melhor nos confrontos (sete vitórias e cinco derrotas, além de dois empates). No segundo tempo, o técnico do City desfez a “invenção” colocando Sterling em campo e retomando os três atacantes, mas já era tarde demais para a reação.

Para o jogo de volta nesta terça feira, em casa, Guardiola voltou a apostar em um esquema tático diferente e pouco usual em seu Manchester Citu para tentar reverter a vantagem. Mandou a campo um 3-4-3 com Walker de zagueiro pela direita, Fernandinho como único jogador defensivo no meio campo, além de De Bruyne, David Silva e Sterling. Completando o time o trio de ataque Sané, Bernardo Silva e Gabriel Jesus.

O City fez um bom primeiro tempo, abriu o placar logo no primeiro minuto com Gabriel Jesus e controlou o jogo com posse de bola, tendo chances de ampliar. Na segunda etapa, o Liverpool conseguiu explorar os contra-ataques e acabou sendo letal nas poucas chances criadas, conseguindo a virada por 2 a 1. Com o resultado alcançado, os Reds retornam à semifinal da principal competição europeia depois de 10 anos.

Para o Manchester City o resultado é um duro golpe em sua pretensão de se firmar com um clube grande no cenário europeu. Já para Pep Guardiola  uma oportunidade para importante reflexão sobre formas de jogar e se não vale a pena, quem sabe, ser um pouquinho mais conservador no mata mata da Champions da próxima temporada.

 

 

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