A temporada 2016-2017 foi para o torcedor do Lille esquecer. O tradicional time do Norte da França, que já foi três vezes campeão da Ligue 1 e seis da Copa da França passou longe do protagonismo e terminou o Campeonato Francês apenas na 11ª colocação. Bem diferente de 2011, por exemplo, quando o time foi campeão francês e da Copa da França.

Em janeiro deste ano, o Lille passou por mudanças administrativas, quando Gérard López, empresário com nacionalidade espanhola e luxembuerguesa que investe em tecnologia, comprou o clube por 80 milhões de euros, assumindo suas dívidas. Após fracassar como dono da Lotus na Fórmula 1, López chegou ao clube prometendo investir alto e levar o Lille de volta ao protagonismo no futebol francês.

Para comandar o “novo Lille” a partir da temporada 2017-2018 o escolhido foi o técnico argentino Marcelo Bielsa. Apelidado de “El loco”, Bielsa é conhecido por ser um técnico ousado dentro de campo, que monta times muito ofensivos, com marcação adiantada, que jogam com a bola no chão e trocam passes rápidos em direção ao gol. É sempre muito elogiado pelo estilo de jogo e uma das referências de Pep Guardiola, apesar dos poucos títulos relevantes na carreira. Por outro lado, Bielsa é conhecido pelo gênio difícil de lidar, com algumas posições sempre polêmicas e intransigentes. E, ao seu modo, ele vai começando a montar o Lille da temporada 2017-2018.

A primeira providência foi afastar 11 jogadores do antigo elenco com quem não gostaria de trabalhar antes mesmo do início da pré-temporada. Ao seu modo, “El loco”pediu para que a diretoria enviasse um SMS aos atletas afastados avisando que eles deveriam usar outro vestiário e até um estacionamento diferente ao dos demais atletas do elenco até encontrar um novo clube. Entre os afastados estão nomes conhecidos e importantes do antigo elenco do Lille: o goleiro Enyeama, que disputou Copa do Mundo com a Nigéria; o volante Mavuba, que já jogou pela seleção da França; e o atacante Éder, autor do gol de Portugal que deu o título da Eurocopa de 2016 contra a França na prorrogação.

Com dinheiro em caixa, Bielsa começa a formar seu novo elenco. Sem o poderio econômico de potências como Barcelona, Real Madrid, Manchester City ou mesmo o PSG, a aposta tem sido em jogadores jovens, com potencial poder de revenda, e versáteis, que podem atuar em diferentes funções em campo. E nesse início de trabalho o treinador argentino tem olhado com carinho para o futebol brasileiro. Desde o início da janela de transferêncuas sáiram do Brasil para o Lille os volantes Thiago Maia (14 milhões de euros) e Thiago Mendes (9 milhões de euros), o atacante Luiz Araújo (10,5 milhões de euros) e o lateral esquerdo Caju, emprestado pelo Santos. Com vários brasileiros juntos e um treinador que os conhece e facilita a comunicação e a adaptação à Europa, o Lille espera rápido retorno técnico que rapidamente possa se colocar de volta entre os principais times que disputam o Campeonato Francês.

Além dos brasileiros, o Lille também fez mais algumas contratações na Europa, com o mesmo perfil, para reforçar o elenco: Nicolas Pépé , atacante que veio do Angers (10 milhões de euros); Kevin Malcuit, lateral do Saint-Étienne (9 milhões de euros); Edgar Ié, zagueiro do Belenenses (5,5 milhões de euros); Xeka, volante do Braga (comprado em definitivo por 5 milhões de euros); Yves Dabila, zagueiro do Monaco B (custo zero); Fodé Ballo-Touré, lateral do PSG B (custo zero); Chahreddine Boukholda, meia do Monaco B (custo zero); Hervé Koffi, goleiro do ASEC Mimosas (valor não divulgado); Ezequiel Ponce, atacante da Roma (empréstimo).

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