Cristiano Ronaldo é um jogador amado por uns e odiados por outros. Craque com a bola nos pés e estrela maior do Real Madrid, o astro do futebol português já conquistou tudo que podia nas competições de clubes: campeonatos nacionais, copas nacionais e a Liga dos Campeões da Europa três vezes. Já foi artilheiro e jogador fundamental para que seus clubes conquistassem esses títulos, escrevendo seu lugar na história como um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Entretanto, quando se juntava à seleção portuguesa CR7 nunca tinha sucesso. Ainda garoto, fez parte da equipe que perdeu a Eurocopa em casa na final para a Grécia, em 2004. Também não teve sucesso nas Euros de 2008 e 2012 nem nas Copas do Mundo de 2006, 2010 e 2014. Nessas competições os melhores resultados da seleção portuguesa foram as semifinais e Cristiano Ronaldo, assim como Messi, sempre foi cobrado por não render tão bem na seleção como nos clubes e nunca ter levado seu país a conquista de um título.

Pois quis o destino que tudo mudasse na Eurocopa 2016. Aos 31 anos, maduro e experiente, Cristiano Ronaldo foi um verdadeiro líder para a seleção portuguesa dentro de campo. Não foi o jogador brilhante tecnicamente do Real Madrid, mas foi fundamental nos momentos decisivos da competição. Marcou dois gols no empate por 3 a 3 no último jogo da primeira fase contra a Hungria, garantindo a seleção lusa nas oitavas-de-final, chutou a bola que bateu na trave para Quaresma marcar no rebote o gol da vitória contra a Croácia nas oitavas-de-final, converteu seu pênalti na disputa das quartas-de-final contra a Polônia e marcou de cabeça o primeiro gol da vitória sobre País de Gales na semifinal.

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Cristiano Ronaldo em ação na Euro pela seleção portuguesa (Foto: Reprodução/Facebook oficial Euro 2016)

Além de seu desempenho em campo, Cristiano Ronaldo se mostrou um verdadeiro capitão, uma liderança no vestiário e influência positiva para os companheiros de seleção. Na disputa por pênaltis contra a Polônia imagens de televisão mostraram o craque dando orientações e motivando seus companheiros no momento da batida. E, ao se machucar e sair de campo nos primeiros minutos da partida final contra a França, orientou os companheiros sobre o posicionamento em campo e deu força para que eles buscassem a vitória, fazendo com que os jogadores portugueses lutassem até as últimas forças para ganhar o título pelo companheiro lesionado.

Como disse o jornalista da ESPN Arnaldo Ribeiro no programa Linha de Passe, Cristiano Ronaldo está conseguindo se tornar uma figura que vai muito além de um fantástico jogador de futebol. Ele virou um verdadeiro líder dentro das equipes onde joga. Status esse que Messi, pela personalidade mais tímida e introvertida, e Neymar, por sua personalidade e também por ser mais jovem e imaturo, ainda não conseguiram alcançar nas seleções argentina e brasileira, respectivamente.

Campeão da Liga dos Campeões e da Eurocopa em 2016, Cristiano Ronaldo ganhou sua quarta bola de ouro de melhor jogador do mundo. A cerimônia da FIFA, em janeiro do ano que vem, será mera formalidade. Messi terá que se contentar com o segundo lugar mais uma vez.

Não vi Pelé nem Zico jogar, mas daqui há cinquenta anos vou poder dizer aos mais jovens que vi brilhar um dos maiores jogadores da história do futebol mundial: um português chamado Cristiano Ronaldo.

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