Tá, tudo bem, eu sei que vocês não devem saber muito sobre essas citações no título e desconfio que tenham clicado justamente pela duvida. O que é ótimo. Esclareceremos as ditas cujas bem como não fez o DJ mais ascendente do mundo contemporâneo. Uma cabeça de lata iluminada com sorriso eletrônico estampado. Uma loucura, diria o outro. Nada mais bem escolhido para falar do mês da loucura. Bem-vindos ao March Madness, senhores.

Marshemello, um nome artístico feat bonitinho que esconde uma identidade, coloca uma inconfidência de proximidade entre um jovem produtor de música eletrônica e seus ouvintes, que já são muitos. Figura frequente de clubs norte-americanos, residente do XS Las Vegas, figura frequente no Lollapalooza. Um conhecido que ninguém conhece, de fato, como os 37 times escolhidos para fazerem o mês da loucura no basquete universitário americano, a NCAA.

Começou a confusão, não? Calma, calma. O basquete universitário é disputado por conferências, por questões geográficas de embate. Cada conferência tem um campeão. Sendo assim, chegando ao número de 31 campeões que se classificam ao playoff de março. Juntam-se a eles os outros 37 escolhidos por um grupo de 10 pessoas que julgam desempenho e questões do gênero.

Essa escolha é conhecida com Select Sunday, um “Chasing Colours”, de Mello, música na qual diz sobre a busca por um desejo, um ideal. Busca na qual os julgadores dão luz aos que buscam um lugar ao sol, à cor. Como acontece com um build-up, um momento de intensidade do som eletrônico, o First Four é a fase de repescagem entre os dois piores time de cada região. Um último respiro por vaga, para que restem apenas 64 pleiteando o caneco.

Caminhando para um drop com enorme intensidade e empolgação, como faz Alone, primeiro grande hit de Marshmello que lhe deu espaço para aparecer, a segunda rodada (Round of 64) e a terceira (Round of 32) vão eliminando concorrentes aos montes, em um espaço minúsculo de tempo, como tons de curtíssimo BPM, acelerando a busca pelo título e o coração. Abrindo espaço, criando o momento.

Sweeeeeet emotion, clássico do rock que foi remixado por nosso jovem mascarado é um homônimo da fase em que 16 times se estapeiam por uma vaga nas tão sonhadas finais de conferência, aquele encontro de inimigos íntimos, uma briga de vizinhos, um quebra pau caseiro que poderia facilmente ser embalado por Home, um clássico do álbum Joytime, tão fantástica como as bandinhas das faculdades representadas pelo times das finais. Musicalmente empolgante.

Everybody know me, everybody now Marsmello, diz o som que mais condiz com o Final Four, a final dos melhores de cada região, a eleição de dois campeões, de times/universidades que conquistaram a missão que Mello conquistou como pedia em sua música: ser conhecido. Nenhum jovem DJ ou qualquer tipo de esportista se sente plenamente satisfeito em ser bom, todos querem ser excelentes, o primeiro da fila, o dono da National Championship, a final da NCAA, o ponto final do March Madness.

Tudo isso, como uma ascensão que acontece diante de um single e um álbum, em pouco mais de ano, como meteóro, o M. Madness é esse frenesi todo, essa decisão de todo dia, uma quantidade maluca de jogos que consagram um time e torcida em pouco mais de quinze dias. Esse delírio pro fã de basquete, diversão integral. Um drop delirante, uma satisfação que extrapola. Bom como esporte, bom como música.

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