O Paraná Clube está de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. No último sábado, a equipe paranaense bateu o CRB no estádio Rei Pele, em Maceió, por 1 a 0 e retornará em 2018 à primeira divisão nacional exatamente dez anos após a queda. Um resultado que consolida um trabalho de recuperação de um clube jovem que já nasceu surpreendendo o Brasil, mas há seis anos esteve próximo de fechar as portas.

O Paraná Clube nasceu em 1989 da fusão do Esporte Clube Colorado e do Esporte Clube Pinheiros, iniciando as disputas no futebol profissional em 1990, no Campeonato Paranaense. Logo nos primeiros anos de vida, o time conquistou o pentacampeonato estadual entre 1992 e 1997 e subiu para a Série A do Campeonato Brasileiro em 1992.

O ciclo vitorioso continuou na primeira metade dos anos 2000. Na confusa Copa João Havelange de 2000, o Paraná foi campeão do módulo equivalente à segunda divisão e posteriormente eliminado na disputa da elite contra o Vasco. Foi ainda vice-campeão da Copa Sul e participou das Copas Sul-Americanas e Libertadores, esta última graças ao ótimo quinto lugar no Brasileirão de 2006 sob o comando do técnico Caio Júnior. Na principal competição sul-americana o clube fez uma campanha digna, caindo nas oitavas de final contra o paraguaio Libertad.

A partir daí a história começava a mudar para o bem-sucedido Paraná Clube. Rebaixado à Série B nacional em 2007, o clube passou a acumular dívidas e processos trabalhistas, com cotas de TV bloqueadas e a sede social indo a leilão. O ápice da crise veio em 2011, quando o Paraná foi rebaixado para a Série B do Campeonato Paranaense. Com sete meses de salários atrasados, o então gerente de futebol Marcos Vinicius chegou a dizer em 2015 que o Paraná Clube poderia acabar. O rumo do clube curitibano começou então a mudar nesse mesmo ano.

Foi quando o grupo de investidores conhecido como Paranistas do Bem passou a investir no time, em março de 2015. O grupo assumiu funções administrativas com uma gestão profissional e iniciou o resgate do Tricolor da Vila.

O foco principal para a recuperação foi transformar o Paraná Clube essencialmente em um clube de futebol. A sede social foi terceirizada para evitar outros gastos e assim manter uma equipe de trabalho pequena e os salários em dia. A nova direção também está pagando as dívidas e e em agosto deste ano quitou um dos maiores débitos da história Paraná Clube: uma dívida de mais de R$ 40 milhões referentes à transferência de Thiago Neves para o Fluminense em 2007 e que bloqueava parte das cotas de TV.

Com pouco dinheiro em caixa para montar o elenco (a folha salarial da Série B girava em torno de R$ 380 mil) a saída para montar  foi garimpar jogadores emprestados nos grandes clubes. O São Paulo, por exemplo, cedeu o goleiro Léo. Já o Atlético Mineiro o meia João Pedro. Jogadores que ficariam pouco tempo no clube, mas poderiam dar o retorno técnico desejado. Além disso, o Paraná também apostou na base, reformulada sob o comando do empresário Carlos Werner.

No final a receita deu certo. O Paraná Clube já havia feito boas campanhas em 2017 na Copa do Brasil (perdeu nas oitavas de final) e na Primeira Liga (perdeu na semifinal) e com uma das menores folhas salariais da Série B conquistou o acesso  juntamente com o gigante Internacional, América MG e Ceará.

Dez anos após o início do calvário, o torcedor paranista encontrou motivos novamente para sorrir e ter orgulho de seu time. Parabéns Paraná Clube, a Série A é logo ali!

 

 

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