Nas últimas três edições o campeão brasileiro apresentou maior poderio tático, com equipes rigorosamente brilhantes. O Cruzeiro de Marcelo Oliveira e o Corinthians de Tite foram pontos fora da curva no futebol brasileiro, desde a virada do milênio.
Hoje, o líder do campeonato e a equipe mais preparada para ser campeã é o Palmeiras. Sim, o Palmeiras. O pior campeão do primeiro trurno da história dos pontos corridos. “Mas João, por que o Palmeiras?”
Tem o melhor ataque, a melhor defesa e, sobretudo, é a equipe que melhor treina seus jogadores. Não acredito que seja um time brilhante. Mas o Palmeiras aproveita todos os recursos disponíveis em seu elenco para que seu poderio ofensivo se concretize.
Cucabol
Na televisão especializada e nas redes sociais tem se ploriferado o termo “Cucabol”, fazendo alusão ao estilo de jogo do treinador, que abusa das bolas alçadas na área em lateral. E pasmem-se: o Cucabol existe e não é de hoje. Ele só ganhou uma adaptação.
O Cucabol existe, assim como o Muricybol existiu; assim como o Titebol existe; o Guardiolabol e o Ancelottibol também. O futebol é um jogo que não é jogado apenas de uma maneira. Por isto, o treinadores passam seus treinamentos e conceitos táticos para os jogadores, afim de que o jogo flua e eles possam praticar o esporte conforme o responsável pelo time queira. Há quem valorize a posse de bola, tem o treinador que priorize um time vertical… enfim.
Cuca venceu uma Libertadores utlizando laterais para alçarem bolas na área para o Jô e, quando isto não funcionou, contou com a genialidade de Ronaldinho Gaúcho e uma das pernas de Victor. Por quê? Era o que ele tinha.
As peças que Cuca possui em seu elenco, hoje, são favoráveis para um determinado tipo de jogo. A impulsão de Vitor Hugo e Mina, a habilidade de Moisés ao bater um lateral para área (jogada corriqueira nas principais ligas do mundo), um ataque móvel, possibilitando a criação de espaços e jogadas (já mostrei que o time do Palmeiras não é só o Cucabol com este exemplo).
Mas e se fosse só o Cucabol?
Problema nenhum. Cada equipe joga com o que tem. O Cuca só vai parar de usá-lo quando alguém conseguir anular as jogadas de bola aérea do Palmeiras. Assim como Marcelo Oliveira com o Cruzeiro em 2015, quando saiu do Cruzeiro e Tite, quando saiu do Corinthians em 2013, terá que se reinventar. É um ciclo do futebol. Se as equipes do país não conseguem parar o Palmeiras, por que ele teria que se adequar aos outros times? Eles que se virem.
Pra mim, não há um time que seja brilhante dentro do campeonato. Esta edição tem tudo para ser diferente das últimas 4, nas quais tivemos um campeão definido antes da última rodada. Será ponto a ponto e disputado. Está claro que são duas equipes que disputarão o título do torneio. Até “final” já fizeram. Cada um tem seu estilo de jogo. Há os que se identifiquem por um ou por outro, não tem problema nenhum. O que não pode é se pensar que futebol é jogado apenas de uma maneira.

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