por João Gabriel Falcade

O momento vivido pelo Miami Heat nesses primeiros meses de 2016, especialmente após o All Star Game, de Toronto, é um aperitivo pequeno, mas saboroso, das temporadas 2011, 2012 e 2013, com finais e o título da competição. Calma, não estou dizendo que Spo e companhia tem condições de vencer a NBA daqui a dois meses. Longe disso, mas há alguns pontos muito bacanas que precisam ser exaltados. O primeiro deles e que explica muitas coisas tem nome, sobrenome e 20.000 pontos. Dwayne Wade, o franchise player de Miami, o cara que foi draftado em 2003, como quinta escolha, que surgiu na universidade de Marquette, em Milwaukee, Wisconsin e lá teve sua camiseta aposentada em 2007, e que, no ultimo sábado, em jogo contra o Cleveland Cavaliers, do seu melhor amigo e companheiro de título, em 2013, Lebron James, atingiu a marca de vinte mil pontos. Uma marca que apenas 40 jogadores alcançaram. Além de números, Wade, desde a saída de Lebron, há duas temporadas, não conseguia emplacar uma sequência saudável e livre da obrigação de decidir TODOS os jogos. Era uma estrela solitária e com problemas para jogar. Hoje, vive uma “paz” física. Joga por menos tempo por ser acompanhado por um time mais sólido e uniforme, dessa forma, poupa-se e atinge uma plenitude, ainda que em doses menores, de regularidade para jogar. Sem muita dor, como ele mesmo diz. Nessas condições, segue anotando 20 pontos, em media, por jogo e tendo minutos de show em quadra.

Quando citei “time mais sólido”, tem alguns bons pontos a serem anotados, também. O trio de calouros que conduz a virilidade e a novidade do Miami. Josh Richardson, o mais recente, draftado em 2015, só veio a ter minutos regulares em 2016 e ganhou confiança ao ponto de se tornar a bola de longa distancia mais segura da equipe. Dos jogadores mais proficientes nas F3 de toda a NBA após o ASG. Um achado. Hassan Whiteside, o menino gigante do garrafão, o rapaz que veio da liga de desolvimento após jogar por muitos países, sem sucesso, e que agora é uma referência nos bloqueios e nas enterradas. Um reboteiro de excelência. Sua média na temporada é de 15 pontos e 12 rebotes por jogo. Um DD de média. Algo muito elevado. A evolução é notável. Hassan, após muito sofrer em tiro livre, hoje trabalha acima dos setenta por cento. Por fim, Justise Winslow, primeira escolha da equipe no ultimo draft, veio para ser o defensor mais eficaz da equipe. Ele, hoje, garante a função de pontuar bem e garantir a saúde da defesa, a segunda melhor da NBA após ASG. A garantia de movimento quadra a quadra. Sabe o que tem de mais legal no que eu falei? É que esse trio decisivo não faz parte dos starters do Heat. A base é Dragic, Jonhson, Wade, Deng e Stoudemire. Agora, hora de justificar ainda mais o momento com base nesses “velhos” e ótimos jogadores. Dragic chegou na temporada passada e fez com que a função de 1, que vinha sendo feita, por improviso, por Wade, tivesse um dono. E que dono. Armador intenso, correto e muito regular. Definida a função no time. E tendo Josh de suplente, diga-se. Joe Jonhson chegou há um mês, sendo o grande desejo de todos os times da NBA, em uma tacada esperta de Pat Riley. Chegou, assumiu a camisa 2, os 20 pontos por jogo e a titularidade absoluta.

Cartada incrível. Deng, depois de um ano estranho, parece encontrar o basquete que fazia no Bulls. Teve até jogo para mais de 30 pontos. A função 4 tem dono. E Winslow de suplente. Stoudemire é figuraça da NBA. Jogou por 27172 anos e continua eficaz. Inicia os jogos e prepara o terreno para Whiteside brilhar. Contribui com pelo menos 10 pontos todo santo jogo. É um cara que cumpre o necessário. E bem. Problemas: muitos. Ainda é um time que sofre com a instabilidade dos meninos, e com a sequência de jogos que afeta o rendimento dos veteranos. E a ausência de Cris Bosh, que passou por restrição médica e não joga desde o All Star. Pode voltar em breve. Se voltar, amigo, o time pode ficar absolutamente mais forte. Não ao ponto de rivalizar com o top 3 do Leste, mas, sim, para vencer o Oeste. Spoelstra, novamente, pode sorrir com seu time. É nós, torcedores, também!

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