Por Lucas Rocha

“A Liga Nacional de Basquete chegou pra revolucionar o esporte da bola laranja”. “O basquete está crescendo e se massificando no Brasil”. Se você é uma pessoa que acompanha nossa amada modalidade, com certeza já ouviu algo próximo a essas duas expressões. Duas grandes mentiras!

O cenário do basquetebol é calamitoso em todos os níveis e as aberrações parecem não ter fim, sendo a mais recente na realização da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) 2016. Muitos nem notaram, mas há exatos 7 dias, Franca venceu São José por 66×50 e se sagrou campeão de um torneio com apenas 11 times. Isso mesmo, o último suspiro e talvez melhor conquista da Liga Nacional junto ao ministério dos esportes, que fez com que aumentasse em 3 anos a “idade de corte” de um jogador de basquete, parece ter se esvaído. Depois de três edições com pelo menos 20 time, o convênio foi desfeito e os times tiveram que arcar com 20 mil reais pela inscrição do campeonato. Um valor irrisório próximo a o quanto se investe desnecessariamente em times adultos, entretanto times como Brasília, Bauru, Mogi, Paulistano, Pinheiros e Basquete Cearense preferiram abdicar dessa participação, algo profundamente lamentável e que evidencia a verdadeira situação no Brasil.

A nível estadual, temos apenas 13 times no campeonato sub19 da Federação Paulista de Basquete (FPB) com um nível extremamente baixo e com um número pequeno de jogadores sendo revelados pra equipes adultas. Além disso, com menos times temos menos técnicos de potencial em categoria de base trabalhando diretamente com o basquete e os resultados dessa bagunça toda já estão sendo vistos internacionalmente, com campanhas ruins atrás de campanhas ruins de nossas seleções sub15,17 e 19  – e sempre com as mesmas figuras no comando. Definitivamente chegamos a um momento em que ou se muda ou chegaremos ao fundo do poço, um ciclo se encerrou, jogadores tarimbados envelheceram e a reposição preocupa bastante. Chegou a hora de deixarmos a vaidade de lado e tratarmos essa problemática com a importância que se deve ter, pois uma hora a fonte seca e quem irá nos salvar serão os garotos, os exemplos de sucesso que podem dar certo “à brasileira” são inúmeros. Resta a nós parar de tapar o sol com a peneira de quem foi eliminado em uma primeira fase de Olimpíada EM CASA e refletir: esse é o basquete que queremos no nosso país?

 

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