A gambiarra do orgulho. Uma festa que se eterniza na simplicidade do amor, da garra, da vontade de ser a essência que forjou o Brasil. De ser de coração. Essa foi a simples ousadia que a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro teve na noite deste memorável dia 05/08/2016.

A festa começou com os trinados lindamente afinados de Paulinho da Viola que parecia tocar para seus filhos, ao final de tarde, no quintal de sua casa. O hino nacional rolou suave nos corações dos 75 mil que viam ao vivo e os bilhões que babavam pela telinha.

E por ela que vimos todos o voo de homenagem a Santos Dumond que sobrevoou a cidade maravilhosamente mostrando as belezas cariocas embalado pelo tão carismático “Samba do Avião” que abriu alas para que, na voz de seu neto, Tom Jobim tocasse para Gisele Bundchen desfilar pela última vez na sua carreira, no que é tão obviamente o mais valioso passeio pela passarela de sua brilhante carreira.

De música as linhas foram sendo escritas. Uma cerimônia de gente que só quer se feliz, só que viver tranquilamente, deixar a vida o conduzir, nesse país tropical, abençoado por Deus e muito, mais muito bonito pela natureza que foi o mote crítico das quase 5 horas de apresentação. As críticas ao aquecimento global, emissão de gases e derretimento de geleiras.

As delegações invadiram o estádio do Maracanã, estampando sorrisos, glórias e muito orgulho. Felicidade que contagia. Mas nada comparado ao que foi a espetacular chegada da delegação brasileira ao gigante, a maior de toda nossa história, ao som de Aquarela do Brasil, aos pulos, choros, sorrisos e incentivo à puros pulmões da torcida, um momento sinestésico que chegou ao surgimento dos anéis olímpicos formados por plantas, um momento de apelo intenso e mensagem forte.

A bandeira olímpica chegou carregada por símbolos do esporte brasileiro – Marta, Oscar Schmidt, Sandra Pires, Emanuel, Joaquim Cruz e Torben Grael. Robert Scheidt fez o juramento olímpico na sequência. Todos ovacionados pelo público. Até que a cerimônia virou carnaval com Gil, Caetano e Anitta acompanhados das baterias de todas as escolas de samba do grupo especial do Rio. Sandália de Prata embalou a sapucaí improvisada.

Por fim, Guga chegou ao Maracanã trazendo a chama olímpica com olhar incredulamente anestesiado, como quem quer sorrir e chora, quer chorar, mas sorri. Depois, Hortência, a Rainha do Basquete levou o fogo sagrado até Vanderlei Cordeiro de Lima para que ele ganhasse seu ouro que o tempo amadureceu e o tornou brilhante como chama. O fogo subiu até uma escultura que simula o sol. BRILHANTE.

Eu, o autor deste texto, assim como todos os amigos com que falei, se emocionou aos cântaros, chorou de orgulho. Está absolutamente honrado com o que viu seu país produzir. Foi incrível. E é apenas o primeiro dia desses momentos épicos que nos aguardam.

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