Por Luiz Augusto Ramos

A tarde nublada de um domingo, em Paris, pode ter sido a mais especial da carreira de Nole.

Não foram apenas duas semanas de torneio para ele, que há 10 anos, vencia sua primeira partida em Grand Slams, ali mesmo, em Paris. Em 2006, sua paixão pelo solo parisiense começou. E, nesse domingo, já se passaram 10 anos nos quais o sérvio bateria de frente com a derrota no saibro francês. Até hoje, dia 5 de junho de 2016. Yen-Hsun Lu, Steve Darcis, Aljaz Bedene, Roberto Bautista Agut, Tomas Berdych, Dominic Thiem foram os adversários de Nole até a final, tendo o sérvio passado por todos eles, e perdendo apenas um set.

Faltava apenas uma batalha. O sérvio enfrentaria Andy Murray na final, o número 2 do mundo. Quem assistiu ao inicio da final pode ter chegado a pensar que não seria desta vez que a terra francesa seria conquistada por Djoko, que foi dominado por Murray. Mas após o final do primeiro set, vencido pelo britânico por um acachapante 6-3, o sérvio encontrou seu jogo e se manteve superior até o final da partida. Imponentes 6-1, 6-2 e 6-4 nos sets seguintes e uma vitória contundente, digna de um grande e merecedor campeão.

O alívio estava estampado na cara de Novak Djokovic: todo o sacrifício e sofrimento para o título de Roland Garros valeu a pena.

O alívio estava estampado na cara de Novak Djokovic: todo o sacrifício e sofrimento para o título de Roland Garros valeu a pena.

Ao final do último ponto Nole parecia perdido, agia como se a ficha ainda não tivesse caído. Atônito, ele olhava as arquibancadas da quadra Phillipe-Chatrier ainda incrédulo do amor que ele tanto buscou e acabara de conquistar. Após cumprimentar seu adversário, Novak Djokovic cumpriu sua promessa e repetiu o gesto de Guga, (que desenhou um coração na quadra e deitou por entre as linhas) para os aplausos de todos que assistiam a final. O brasileiro, nas tribunas da quadra, assistiu a cena emocionado, como quem se recordava do feito que havia conseguido e também comovido pela homenagem de um dos maiores jogadores de tênis da história. Uma homenagem não só a Guga, mas a muitos brasileiros que não puderam assistir Gustavo Kuerten no auge. Quem não pôde ver o coração desenhado por nosso cabeludo no torneio de Roland Garros, em 2001, com certeza se emocionou vendo o de Nole.

Este texto poderia ser apenas sobre uma conquista de Grand Slam se não falássemos de Novak Djokovic. É o décimo segundo título de Grand Slam da carreira de Novak, que com 29 anos já é o recordista em títulos de Masters 1000 e o quarto na lista dos maiores vencedores de Grand Slam, junto com Roy Emerson. Nole também entrou para o seleto grupo dos jogadores que venceram todos os Grand Slams. E ainda se permite a busca pelo Slam perfeito, tendo de vencer Wimbledon e o USOpen. É neste ponto que surge a pergunta: Aonde o atual número 1 do mundo vai parar? Neste nível de jogo que Djoko apresenta, não podemos duvidar de mais nada.

djoko 2

 

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